Design generativo: o futuro dos projetistas fortes do mercado

Escrito por fabriciokenyti

19/01/2022

Menos tempo de trabalho, mais informação, interação, alinhamento e opções de resultados disponíveis para a decisão final do projeto

Colocar o design generativo como a principal maneira, atualmente, para projetistas que desejam permanecer no mercado de forma competitiva daqui a alguns anos não é exagero. Embora no Brasil o desenvolvimento da Indústria 4.0 em relação a construção civil ainda seja lento, se comparado a países como Holanda ou Inglaterra, uma leitura rápida do crescimento do setor, das novas exigências do mercado e das habilidades dos profissionais da engenharia nos últimos dez anos nos mostra que o engenheiro civil precisará entregar mais informação, com precisão, múltiplas estratégias, em menos tempo, com o menor investimento possível e cumprindo o prazo estabelecido entre todos os profissionais da equipe do projeto em questão. E é por isso que o CAD deixa, cada vez mais, de ser eficiente cedendo espaço para a metodologia BIM e o design generativo, que já são uma realidade no Brasil.

O QUE É O DESIGN GENERATIVO?

O generative design é uma nova abordagem de trabalho com BIM. Não há, nestes casos, uma interação direta mais entre o projetista, e o modelo. Tudo, desde a modelagem, até a extração de informações, pode ser realizado através de parâmetros editáveis e parametrizados, através da execução de códigos algorítmicos. O Generative Design é, portanto, a metodologia onde o projeto parte dos objetivos e premissas adotadas e, por meio de modelagem paramétrica, modelagem algorítmica e/ou programação, inúmeras alternativas podem ser geradas de forma automatizada e exploradas pelo engenheiro para tomada de decisão.

Desta forma, inserimos inúmeros parâmetros, modificáveis, amarrados, e editáveis, para que possamos inserir, extrair, e modificar informações, e com elas o objeto ao qual elas pertencem, gerando projetos muito mais rapidamente.

COMO SURGIU O DESIGN GENERATIVO?

Da prancheta ao CAD, do CAD ao BIM.

Principalmente na última década do século XX e na primeira década do século XXI, arquitetos, designers e engenheiros migraram da prancheta para o computador, aprenderam novas técnicas de projetar, o AutoCAD era o preferido de quase todos. Mas, as evoluções não pararam. As exigências de governos e empresas privadas ao redor do mundo ficaram maiores. A pressão por informações mais precisas e em um volume antes inimaginável começou a surgir.

No Brasil, em 2015, técnicos do TCU escreveram um artigo que veio a ser o precursor do atual “Decreto BIM”.

As coisas mudaram muito rápido desde 2015, muito mais rápido do que a maioria pode acompanhar.

O QUE O DESIGN GENERATIVO TEM A VER COM O BIM? (acrescentar link da matéria sobre BIM)

(Falar sobre o I do BIM)

POR QUE VOCÊ DEVE APOSTAR NO DESIGN GENERATIVO? (VANTAGENS)

Das inúmeras possibilidades, podemos destacar algumas:

  • Gerar formas com geometrias complexas;
  • Otimizar soluções projetuais, sob os mais variados aspectos;
  • Gerar vários projetos similares baseados nos mesmos princípios projetuais (customização em massa);
  • Simular o desempenho do projeto sob variados aspectos (funcionais, térmicos, estruturais);
  • Explorar e avaliar simultaneamente vários problemas projetuais (Projetos que precisam atender a multiobjetivos).

DESIGN GENERATIVO/BIM X CAD

O BIM é o acrônimo de Building Information Modeling, ou, modelagem da informação da construção. Muitos profissionais, no entanto, desconhecem o que quer dizer, informação, no BIM.

Para exemplificar de maneira didática a diferença entre modelagem, e informação, observem a figura:

Ilustração de níveis de detalhamento e desenvolvimento – Fonte: AEC UK BIM Protocol 2.0 – adaptado pelo autor

Notem que as duas cadeiras no meio da figura, não são nem as menos detalhadas, nem as mais detalhadas, se levarmos em conta apenas a modelagem. Mas notem que ambas têm muito mais informações, que as outras duas das pontas.

É aí que entra o Design Generativo. Algumas das informações dos modelos, são informações geométricas. Entenda: A modelagem computacional, é a área de pesquisa que procura desenvolver métodos e aplicações que permitem o desenvolvimento de projetos com o uso de meios computacionais, buscando melhorar o processo de resolução de problemas projetuais através da codificação de decisões de projeto usando uma linguagem de computador. E aí entram softwares como o AutoCAD, e mesmo o Revit.

Já o Design Generativo, é uma metodologia de projeto no qual o projetista não interage de maneira direta com produto que está sendo projetado, e sim, através de um sistema generativo, mudando substancialmente o processo de projeto.

A intenção não é falar de design generativo de maneira holística. Mas apresentar as possibilidades de resolver problemas reais de arquitetura, engenharia e design, sob a ótica dos produtos e ferramentas mais usados.

COMO FUNCIONA O DESIGN GENERATIVO?

O Revit, a 2021, o design generativo é uma aplicação específica da abordagem de design computacional, com as seguintes distinções:

  • O projetista define metas para alcançar um design (em vez das etapas exatas).
  • O computador ajuda o projetista a explorar o espaço de design e a gerar várias opções de design (não apenas uma).
  • O computador permite que o projetista encontre um conjunto de soluções ideais que atendam a vários objetivos concorrentes.
  • O designer compara vários cenários de design para encontrar um conjunto de opções de design que atenda às metas de design.

Exemplo: organizar a melhor diagramação para um estacionamento e caber mais carros, talvez um leque de modelos de organização dos cômodos de uma casa baseado no estudo solar. Ou que tal uma geração automática da tubulação de água de forma que tenha uma menor perda de tubos e menor perda de carga?Um grande passo para o Design Generativo é que a versão 2021 do Revit nos trouxe, de forma orgânica, o Generative Design e sabemos que o software é um grande ditador de tendência e, portanto, podemos imaginar que será um recurso explorado com mais profundidade pelo mercado.

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