O que é BIM? Entenda de uma vez por todas e Descubra uma Incrível Oportunidade de Mercado que virou Decreto.

Escrito por fabriciokenyti

12/11/2021

O QUE NÃO É BIM

Para começo de conversa, BIM NÃO É um software ou uma ferramenta de trabalho. BIM é uma METODOLOGIA. Ela se chama Building Information Modeling e tem como objetivo simular uma construção virtualmente, em vários D´s. Além de 3D, é possível utilizar 4, 5, 6, 7 ou 8 dimensões. Sua inteligência permite a colaboração de informações entre os diferentes projetos necessários de forma precisa e rápida. Com isso é possível prever, verificar e antecipar correções a possíveis interferências, imprevistos, omissões, erros e atrasos na obra, evitando que ocorram durante sua execução. Assim você garante o desenvolvimento da obra com grande QUALIDADE, EFICIÊNCIA e muito mais ECONOMIA.

O QUE É CONSIDERADO BIM

Você já deve ter se deparado com alguns softwares que, apesar de serem automatizados em alguns processos, apresentavam uma aparência de CAD. Muitas das vezes esses softwares são vendidos como se integrasse a metodologia BIM. Mas a verdade é que a automação não determina o BIM.

A melhor forma de explicar isto é comparando um objeto modelado no CAD, com um outro modelado em um software BIM. Como uma porta, por exemplo.

No CAD você consegue modelar apenas os comprimentos e larguras, além de criar um arco para representar a projeção de abertura. Sendo que essas informações não são suficientes para a execução de uma obra. No BIM é possível extrair dados muito mais necessários como textura, resistência, material, fabricante, etc.

Em resumo, a qualidade das informações define o que é e o que não é BIM.

BIM: COMO E QUANDO SURGIU

Em 1974, Charles Eastman se reuniu com mais alguns colegas a fim de desenvolver um conceito para a construção civil que fosse capaz de melhorar pontos fortes e extrair fraquezas de uma edificação descrita através de um computador, que inicialmente era conhecida como BDS (Building Description System ou Sistema de Descrição da Construção).

Em 1992, G.A. van Nederveen e F.P. Tolman publicaram um artigo abordando as múltiplas visões de modelagem da construção e a ideia de que a modelagem de informações da construção é útil para fundamentar a estrutura de um modelo de construção. Com isso surgiu um novo termo conhecido como Building Information Modeling (BIM).

Assim, foi definido um conceito, a partir de um sistema computacional consistente com a capacidade de gerenciamento e controle das interações que envolvem os projetos de construção, e que são consideradas o ‘cerne’ do BIM, conhecidas como: políticas, processos e tecnologias.

PROCESSOS, POLÍTICAS E TECNOLOGIAS

Os processos são os responsáveis pela concretização do projeto. Podem ser de engenheiros, arquitetos, construtores;

As políticas ficam a cargo da produção de informações que devem ser seguidas. Neste caso temos normas de construção, instituições educacionais, projetos de pesquisas, regulamentos;

As tecnologias, por fim, proporcionam os meios necessários para produção de projetos. Como as companhias de software, companhias de hardware, provedores de rede e as ferramentas para desenvolvimento dos projetos.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO BIM

Boa parte do mercado de engenharia, ainda hoje, acredita que BIM é uma construção em 3D. Mas, como já dissemos, a metodologia não se resume a isso! E é uma injustiça das grandes resumir todas as suas capacidades dessa forma. Existem muitas outras vantagens e eu vou citar algumas delas. Merecem destaque:

  • a capacidade de desenvolvimento simultâneo de plantas (2D e 3D);
  • a produção de quantitativos e orçamentos precisos;
  • a facilidade na compatibilização de todas as disciplinas (Arquitetura, Estrutural e Instalações);
  •  a verificação de interferências entre as disciplinas.
  • o compartilhamento de Informações entre projetistas em qualquer lugar do mundo através de servidores do tipo Nuvem
  • a integração de diversas disciplinas, serviços e matérias em um mesmo conjunto, permitindo interação simultânea.

São vantagens consideráveis, acredito. Mas, como tudo na vida, o BIM também possui algumas desvantagens. E elas são provocadas por fatores indiretos e externos, como vocês podem ver. Trata-se de:

  • Softwares caros;
  • Necessidade de Hardwares eficientes;
  • Falta de treinamento adequado (não adianta querer migrar um profissional, que trabalhou a vida toda com o CAD, para o BIM da noite para o dia);
  • Discordância de desenvolvimento (Não adianta adotar o BIM se outros membros da equipe ainda trabalham com CAD).

FASES DO BIM

Como já mencionado, o BIM não se define em apenas 3D, existem outras categorias que classificam seus outros atributos, são elas:

3D- modelos tridimensionais (análises, fotorrealismo, renderizações, animações)

4D – planejamentos físico-financeiros (simulações, planejamento, andamento)

5D – Orçamentação (quantitativos para gerar custos)

6D – Sustentabilidade (análise da eficiência energética da edificação, LEED, fatores energéticos, gasto de água, carbono, eletricidade)

7D – Gerenciamento e Manutenção (analisar e definir ciclos de vida, manuais de manutenção, relatórios)

POR QUE VOCÊ PRECISA DOMINAR O BIM

A verdade é que se você não dominar a metodologia BIM, com o passar do tempo, ela é quem vai te dominar. Digo isso porque no dia 17 de maio de 2018 o presidente Michel Temer, em exercício na época, aprovou o Decreto  nº 9377. Ele institui a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM. E tem a finalidade de promover um ambiente adequado ao investimento em Building Information Modelling – BIM, bem como sua difusão no Brasil. Dentre os objetivos estão:

·         Difusão do BIM e seus benefícios;

·         Coordenar a estruturação do setor público para adoção do BIM;

·         Estimular captação em BIM através de cursos, seminários, palestras, etc;

·         Desenvolver normas técnicas e guias específicos.Com isso, o governo federal pretende ganhar eficiência, mantendo a qualidade, mas reduzindo o custo de suas obras. A metodologia começou a ser implantada no país em 2021. Os setores públicos terão prioridade. Mas no decorrer dos anos também será difundido entre as empresas privadas. Principalmente as que realizam obras públicas. A implementação tem como previsão ser totalmente concretizada em 2028 e está sendo viabilizada por etapas. Então é preciso estar atento, pois é uma tendência de mercado.

CONCLUSÃO

Apesar de ainda ser utilizado por apenas 9,2% das empresas do Brasil, o BIM tende a se tornar o maior e melhor solução para os grandes problemas de produtividade e gestão que encontramos nas grandes construtoras e em grandes projetos. Se a disseminação e implementação se concretizar, podemos ter um aumento de 10% da produtividade nos processos e reduzir os custos em até 20%, segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.

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